sexta-feira, novembro 17, 2006

Feriadão...

Ahhh... feriado e final de semana prolongado!
Mas esse não é pra qualquer um não. Atinge poucas cidades, dentre elas, São Paulo. Que felicidade inenarrável.

Afinal, em que outra ocasião temos o prazer único de desfrutar por seis horas de uma viagem que dura em média uma e meia? Tal desfrute, só o "feriadão" é capaz de nos proporcionar.


Isso sem contar com o bom humor daqueles que nos acopanham por quase todo o caminho e a educação de outros - que, por certo, pretendem salvar a vida de alguém - que trafegam em alta velocidade pelo acostamento. Nesses momentos fico pensando se eu, que fico na fila e ultrapasso apenas pela esquerda, não sou um perfeito idiota.

Mas não é só... há também as famílias - que devem colecionar carros antigos - descendo a serra com chevectras, brasílias e passats 78 "tinindo", os quais provavelmente ficarão por lá (afinal, pra baixo todo santo ajuda). A propósito, a maior vantagem dessas brasílias é poder deixar uma pizza crua sobre o motor (que fica praticamente dentro do carro) e chegar ao seu destino com o jantar pronto.

E ainda diz o velho ditado: "Tudo pode piorar". Pergunto eu: Como?

Simples, é so relembrar que esse será meu destino em alguns minutos! Assim, possivelmente, volto só na segunda-feira!
Mas vou me divertir "pacas"!

J. R. Abraham

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quinta-feira, novembro 16, 2006

Nóia


Voltando de uma audiência, o venusiano que trabalha na mesa ao lado da minha exclama:

“- O que é isso? Essa desgraçada limpou minha mesa com máquina WAP?”

“- Como?”

“- Você ouviu. Passou um furacão na minha mesa!”

TOC: transtorno obsessivo compulsivo. Essa é a melhor definição dele.

O “furacão” tinha apenas levantado uma pasta que ele havia deixado deitada... Cada louco com sua mania, não é? Pelo menos a diversão é garantida com ele.

É como dizia o Athayde Patrese: “O que se leva dessa vida é a vida que se leva”.

Este é uma singela homenagem ao extraterrestre que convive diuturnamente comigo!
J. R. Abraham

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quarta-feira, novembro 15, 2006

Porque não vou ao cinema



Acredito que a maior queixa de minha esposa é meu extinto quase animal de evitar ir ao cinema. O que é inexplicável para a maioria das pessoas, possui fundamento (ao menos para mim), garanto.

Poxa, é óbvio que a “magia do cinema”, em teoria, também me atrai. Assistir a um esperado lançamento, em uma tela de muitos metros, com som e imagem digitais, por certo poderia ser um prazer.

Mas os inconvenientes e desconfortos envolvidos nesse evento, acabam com qualquer interesse de minha parte.

É bem verdade que as grandes redes de cinema têm reduzido drasticamente minhas principais ressalvas sobre esse quase-aprazível passeio, mas os aspectos negativos, no momento, ainda prevalecem.

Vejam só a “operação de guerra e desconforto” envolvida nesse simples ato:

Ir ao cinema:

Decidir: Não adianta reclamar. Você só vai ao cinema com hora marcada. Ou Você assiste o filme naquele horário ou em outro que a “casa de espetáculos” entende conveniente para Você. Poder de escolha: zero!

Estacionar: Se Você vai de carro ao cinema, tem de estacionar. E por um mínimo de segurança, tem de pagar (e nunca pouco). Assim, apenas para estar lá: R$ 5,00. Mas tem gente que paga feliz (não entendo, mas respeito isso).

Comprar: Concordo que hoje, com as compras pela internet, esse problema foi bastante reduzido. Assim, já nem reclamo disso, exceto quanto ao preço estimado de R$ 30,00 para dois adultos. Aviltante!

Filas: Ahhh, as filas. Como o brasileiro gosta de filas. Se precisar entrar em um local que tem duas portas, mesmo sem perguntar, é bem possível que escolha a que tiver fila, ao invés daquela que não tem. Só pode ser gosto. Então, dá-lhe fila para a pipoca e o refrigerante (cuja brincadeira rende mais uma dívida de aproximadamente R$15,00) e outra para entrar na sala de projeção.

Cansados já? Eu estaria.

Local na sala: Hoje é possível comprar exatamente as poltronas que se deseja ou... existe a possibilidade de assistir ao filme a quilômetros de sua companhia. Mas como tudo pode ser pior, sua alternativa é ficar naqueles locais estupidamente “micados” do cinema. Contar com a educação de nossos pares? Boa sorte.

O filme: Bom, se Você manteve seu interesse mesmo após tudo isso, então vem a parte boa (será?): o FILME! Mas, e se Você estiver com sono? Azar, ou dorme, ou assiste ao filme. E se precisar ir ao banheiro? Problema seu também. E se não entendeu alguma cena ou diálogo? Compre outra entrada e assista novamente. E a pergunta de um milhão de dólares: E se o filme for ruim. Bom, nesse caso, se foi bem acompanhado, pelo menos pode namorar.

Resultado: R$ 50,00 de gasto, e uma boa chance de sair do cinema mais estressado do que entrou.

Diante disso, só posso reafirmar meu amor pelo meu DVD player, minha mega TV e meu home theater. Sem contar que, com os mesmos R$50,00 alugo pelo menos três filmes, com pipoca e refrigerante, sem enfrentar qualquer dos problemas acima.

Mas sem dúvida, o cinema é ótimo! Ou não é?

J. R. Abraham

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terça-feira, novembro 14, 2006

Pensamento do dia

Frase de caminhão:

"Não sei o que vem pela frente. Só espero que seja pela frente..."

J. R. Abraham

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segunda-feira, novembro 13, 2006

Farenheit 9/11


Assisti ontem ao Farenheit 9/11. Se o filme não traz nenhuma “revelação bombástica” (trocadilho intencional), ao menos aprofunda a visão de Michael Moore sobre a ligação da família Bush com os donos do petróleo no oriente médio.

Não digo que Moore é o dono da verdade, longe de mim. Não disponho de fatos que permitam tal afirmação.

No passado, sequer tive real interesse em assistir ao premiado Tiros em Columbine ou mesmo em verificar mais de perto o trabalho de Moore. Contudo, Farenheit 9/11 alterou minha visão.

Alguém que, como ele, consegue, ao mesmo tempo, ser adorado e odiado por seu próprio povo, deve ter algo de interessante a dizer. Afinal, na pior das hipóteses, é um pouco mais de cultura – ainda que inútil – que poderei agregar. Então, lá vou eu.

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domingo, novembro 12, 2006

“Lula-lá, brilha uma estrela”


Ainda lembro da música que embalava a última – ou será a penúltima? – campanha de nosso ex-futuro-Presidente Luiz Inácio.

Aliás, sua reeleição fez-me lembrar uma antiga anedota que, provavelmente, expressa como nenhum outro pensamento a realidade mais nua e crua do país: “a melhor saída para o Brasil é o aeroporto”. Triste.

Mas a tristeza não reside na reeleição de Luiz Inácio. Seria diferente com Geraldo? Penso que não muito.

Hoje um amigo – petista convicto – disse-me: “Lula tinha que ganhar. Ele governa para os pobres. Eu não preciso do Governo”. Certo, concordo, eu também não preciso. Mas o governo precisa de mim (e dele - meu amigo).

Afinal, felizmente, não necessito de transporte ou hospitais públicos, nem de programa habitacional, sequer de emprego. Somente de segurança. Egoísta? Não. Egoísta é o Governo, que precisa de mim, e por isso quer ser "meu dono".

É, meu dono... Não acredita? Pois digo mais, provavelmente, se ainda não é, logo será o seu também. Duvida?

Comprei a duras penas minha morada. Mas para continuar aqui, tenho que pagar IPTU. Para onde vai o dinheiro? Pro governo. E se eu não pagar? Com o tempo, o Governo “toma” meu teto.

Ahhhh... mas e a iluminação pública? Eu pago! E o pagamento está embutido na minha conta de luz (e no IPTU).

Mas, enfim, posso ficar feliz com meu automóvel quitado, não é? Não. Pago IPVA e licenciamento para ter o “direito” de rodar nas ruas mais esburacadas do planeta (às vezes me pergunto se já não conquistamos as crateras da lua).

Será que preciso comentar do Imposto de Renda?

Portanto, eu não preciso do Governo, mas ele precisa de mim! E de Você!

Fica claro, assim, que o problema não é Luiz Inácio, nem Geraldo ou Fernando ou seja lá quem for.

Para que não se diga, também, que sou fã de Luiz Inácio – e não sou – cumpre dizer o que mais me incomoda nele: a divisão do Brasil. A divisão de “governar para os pobres contra a opressão dos ricos”.

Não quero sentir vergonha de ganhar dinheiro, mas é isso que Luiz Inácio me causa com seu discurso. Não sou rico, antes fosse. Mas quero – muito – ser. E, sinceramente, quero mais ainda ter orgulho, não vergonha, disso. Orgulho de vencer pelo meu esforço e trabalho. Não é justo?

Mas como conseguir isso no Brasil? Hum, boa pergunta.

Talvez a melhor definição do país tenha sido dada em um artigo do emblemático João Ubaldo Ribeiro, intitulado "Precisa-se de Matéria-Prima para construir um País", que tive a oportunidade de reler, após um e-mail recebido de meu pai, e do qual tomo a liberdade de reproduzir alguns trechos:

“(...) Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO. (...)”

“(...) Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu "puxar" a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto de renda (...). Pertenço a um país onde a impontualidade é um hábito. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. (...) Onde pessoas fazem "gatos" para roubar luz e água e nos queixamos de como esses serviços estão caros.

Onde não existe a cultura pela leitura (exemplo maior nosso atual Presidente, que recentemente falou que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem econômica. (...)”

“(...) Pertenço a um país (...) onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre. Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes.”

Assim, se, como diz a propaganda, o melhor do Brasil é o brasileiro, tenho medo de perguntar o que é o pior.

E, parabéns a Luiz Inácio e a nós brasileiros! E que Deus nos auxilie.

J.R. Abraham

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