quarta-feira, janeiro 17, 2007

Freud Explica?

Depressão: Você ainda vai ter uma.

Pois é. Esse é o destino estatístico de setenta por cento da população; desenvolver, de forma mais branda ou agressiva, alguma manifestação depressiva.

Eu tive a minha, mas hoje convivemos muito bem – é só eu levar café da manhã na cama e permanecer lá o resto do dia que ela fica plenamente satisfeita.

Psiquiatra é um nome que assusta. Afinal só estando louco para ir a um.

Mas o pior susto é o valor que esses profissionais são capazes de extrair de nós, “pobres doentes” – o que pode, inclusive, agravar a doença.

Atualmente dedico uma semana do mês ao meu psiquiatra. Dois dias de consulta e outros cinco trabalhando para pagá-las. Vale a pena? Ou vale, ou devo concluir que, além de depressivo, sou otário. Na múltipla escolha, prefiro a primeira alternativa.

Mas a depressão tem lá suas vantagens. A melhor delas é a “culpa”, ou melhor, a desculpa.

Preguiça? É a depressão.
Hiperatividade? É a depressão.
Comportamento instável? É a depressão.
Sono? É a depressão.
Insônia? É a depressão.
Diarréia? É a depressão.
Constipação? É a depressão.
Unha encravada? É a depressão.
Ninfomania? Ok, aí são os hormônios.
Mas também há um preço a pagar: R$ 250,00 só em remédios.

Parece estranho, mas atualmente, sem a depressão, as pessoas ficam praticamente excluídas dos círculos sociais dos bem sucedidos. Essa doença é uma daquelas consideradas um requisito para o sucesso. Outras são a pressão alta e os problemas cardíacos.

Assim, desejo-lhe apenas uma depressão (branda), mas somente para sua inclusão social e escalada para o sucesso.

A propósito, aonde diabos está minha fluoxetina? Meu dedinho dói... Maldita depressão. Sabia que não devia ter ido trabalhar hoje.

J.R. Abraham

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segunda-feira, janeiro 15, 2007

“Blogocentrismo”

Hoje fiz uma descoberta importante. Trata-se de uma vertente de auto-conhecimento; um contato íntimo e “imediato de terceiro grau” com o âmago do meu ser (mas sem pornografia e mantendo o heterosexualismo).

Quando iniciei este blog pretendia torná-lo popular, mas, ao mesmo tempo, criei um pseudônimo que protegesse minha intimidade e garantisse que eu escreveria o que quisesse, sem me preocupar com bisbilhoteiros conhecidos.

No início, eu postava e – várias vezes ao dia – consultava o contador de acessos e as parcas mensagens recebidas para medir minha popularidade.

Com o tempo parei com isso. Descobri que o que eu gosto mesmo é de ver meu blog, minhas idéias – as excelentes, as medianas e as patéticas – reunidas e guardadas num mesmo local, acessível de qualquer lugar do planeta.

Em síntese: sou doente, sou um “blogocêntrico”.

Atualmente, pouco me importa se alguém visita ou não o blog. O que me interessa realmente é que ele me permite realmente divagar.

Críticas? To nem aí, Tô nem aí...

Elogios? Sempre bem vindos, mas não imperiosos.

O divertido é postar, postar e postar... sem compromisso, sem horários, sem dias certos, só pelo prazer de ver os pensamentos registrados.

Talvez, depois dos blogs políticos, de humor, de tecnologia, eu tenha inaugurado o blog do narcisismo intelectual. Bom ou ruim? Cada um pense o que quiser. Eu gosto.

E a propósito: “Espelho, espelho meu, existe um blog mais fantástico que o meu?”

“- Não!”

J. R. Abraham

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